terça-feira, 13 de dezembro de 2011

POLÊMICA SOBRE O AUMENTO DE SALÁRIO DOS VEREADORES DE UBERLÂNDIA

Por Ricardo Takayuki Tadokoro*

Um absurdo! Em Uberlândia (MG) mais uma polêmica se estabelece na câmara municipal onde dezesseis dos 21 vereadores votaram a favor do projeto que prevê o aumento de seus próprios salários. De R$ 9.755 os nossos nobres representantes do legislativo passarão a ganhar a partir do ano de 2012 R$ 15.031,62, um aumento correspondente a 54%.

Enquanto os salários dos nossos vereadores aumentam mais de 50% em uma “cajadada só” o salário mínimo de muitos trabalhadores e trabalhadoras, após muito embate, tiveram um reajuste anual em torno de 5% (de R$510 em 2010 para R$545,00 em 2011).  Uma vergonha para um país em que a mídia e o poder público enchem a boca para proclamar que somos a sétima economia do planeta.  A situação é mais grave se levarmos em consideração os estudos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em que identificam que para atender aos requisitos da lei do salário mínimo, este deveria estar em R$2.194,75 em janeiro deste ano. É o nosso histórico problema de desigualdade social e de distribuição de renda.

Quem realmente necessita de aumento é a população trabalhadora uberlandense e não os vereadores que já ganham quase cinco vezes mais do que o salário mínimo ideal sugerido pelos estudos do Dieese. Se os nobres da câmara foram ágeis e interessados para aprovar o aumento de seus salários, pergunto onde está essa eficácia em apoiar propostas que priorizam investimentos de recursos em áreas sociais como, por exemplo, a campanha nacional pelo investimento de 10% do PIB nacional na educação pública? Onde está toda essa eficácia e interesse no auxílio aos trabalhadores e trabalhadoras sem teto e sem terra? E a posição de nossos vereadores sobre o aumento abusivo da tarifa do transporte público que corresponde a uma porcentagem maior do que a do aumento do salário mínimo? E as obras de infraestrutura e saneamento básico nos bairros periféricos da cidade? Onde está também a intervenção real de nossos vereadores no melhoramento do sistema público de saúde precário e insuficiente?

Passamos por um momento em que existe uma impunidade no avanço e cobiça do capital no Brasil e em Uberlândia e quem sofre são as classes trabalhadoras. Nossos parlamentares estão comprometidos em atender a clientela que financia suas campanhas ligadas às elites econômicas presentes em Uberlândia (empresários, latifundiários, especuladores, etc.) e não uma maioria social que produz a riqueza de nossa cidade e financia inclusive os seus salários. Vale lembrar que os recursos públicos que servem para pagar os salários dos digníssimos vereadores são oriundos em boa parte dos impostos e taxas que recaem sobre o trabalho da maioria da população.  

A solução está na mobilização da população para impedir e não deixar impune essa realidade, e cada um de nós pode contribuir neste processo. É preciso sair às ruas para denunciar esta situação. É preciso apoiar os movimentos sociais da cidade que estão na luta por condições mais dignas de sobrevivência. É preciso se organizar e participar da vida política de nossa cidade e país. É preciso construir uma alternativa a esse modelo de sociedade que caminha para a barbárie. Nós estamos dispostos a encarar esses problemas e por isso convidamos você a construir uma das ferramentas possíveis que é o Partido Socialismo e Liberdade.
Você tem opção. Você tem o PSOL.

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*Cientista Social pela Universidade Federal de Uberlândia, militante do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) – Campo Debate Socialista.

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